Não conte os seus sonhos, guarde-os em segredo

Não conte os seus sonhos

Não conte os seus sonhos, aprenda com a história de José.

Vendo, pois, seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos eles, odiaram-no, e não podiam falar com ele pacificamente. Teve José um sonho, que contou a seus irmãos; por isso o odiaram ainda mais. (…) Seus irmãos, pois, o invejavam; seu pai porém guardava este negócio no seu coração.Gênesis 37

Não conte os seus sonhos, pois a inveja pode estar dentro do seu lar

Jacó habitava na terra de Canaã, seguindo os passos de seus antepassados, quando os eventos que marcariam a história de sua descendência começaram a se desenrolar. Entre seus filhos, José se destacava de maneira incontestável. Não era apenas mais um entre os doze, mas o filho da velhice, gerado pela mulher amada, Raquel. Esse simples fato o colocava em posição de predileção no coração de seu pai, um favoritismo que não se restringia ao afeto, mas se materializava em gestos visíveis, como a túnica de várias cores que recebeu, um símbolo de honra e distinção.

No entanto, essa predileção teve consequências inevitáveis. Os irmãos de José, percebendo o carinho especial que o pai nutria por ele, foram tomados pelo ressentimento. A inveja enraizou-se em seus corações, gerando um ódio que crescia a cada dia. Não bastasse isso, José, talvez ingênuo ou imaturo, compartilhava os seus sonhos com aqueles que já o olhavam com desconfiança. Em suas visões, ele se via como alguém que um dia teria supremacia sobre os irmãos, algo impensável dentro da cultura da primogenitura. Relatar tais sonhos apenas incendiou ainda mais a ira que lhe era dirigida.

Ao narrar sua primeira visão, José descreveu feixes no campo, onde o dele permanecia de pé enquanto os dos irmãos se curvavam ao seu redor. Aquilo soou como uma afronta. Como poderia o mais jovem, um simples pastor de ovelhas, aspirar à liderança? Se havia qualquer vestígio de tolerância, este se dissipou completamente quando José contou seu segundo sonho: agora, o sol, a lua e onze estrelas inclinavam-se diante dele. Dessa vez, até mesmo Jacó, que tanto o amava, repreendeu-o. O que José talvez não compreendesse naquele momento é que certas revelações não devem ser compartilhadas levianamente.

Essa narrativa milenar traz lições valiosas. A inveja, quando presente no seio familiar, torna-se ainda mais destrutiva, pois a família deveria ser um espaço de acolhimento e segurança. No entanto, a própria casa de José tornou-se um campo de hostilidade. Isso nos ensina a importância da prudência: não conte os seus sonhos. Nem todos ao nosso redor conseguem suportar nossa prosperidade ou aceitar a grandiosidade dos planos que Deus nos confiou.

Não conte os seus sonhos e preserve seu destino

NÃO CONTE OS SEUS SONHOS

Diante disso, há uma sabedoria fundamental: não conte os seus sonhos. A história de José nos alerta para o perigo de compartilhar planos e aspirações indiscriminadamente. O mundo está repleto de olhares invejosos e corações que não desejam o bem do próximo. Trabalhe em silêncio, confie em Deus e permita que Ele conduza seu destino sem a interferência de palavras desnecessárias que possam atrair inveja ou oposição. Não conte os seus sonhos, pois aquilo que é guardado no coração e trabalhado com diligência floresce no tempo certo.

Santo Agostinho advertia: “A inveja é o vício que vê o irmão como um inimigo e sua prosperidade como uma afronta.” Esse sentimento pode corroer até mesmo os laços mais sagrados, transformando amor em ódio e confiança em traição. Da mesma forma, Sêneca aconselhava: “O silêncio é um refúgio contra os invejosos.” Guardar para si os projetos e aspirações é uma estratégia de sabedoria, pois nem todos ao redor compreendem o propósito divino para nossas vidas. Não conte os seus sonhos, pois a discrição é uma forma de proteção.

Tomas de Kempis, em sua obra Imitação de Cristo, enfatiza a humildade e a discrição como caminhos para evitar a perturbação da alma: “Quanto menos o homem se expõe, menos sofre com as línguas alheias.”  

C. S. Lewis, por sua vez, nos lembra que “a humildade não é pensar menos de si mesmo, mas pensar menos em si mesmo.” Assim, ao invés de exibir nossas conquistas, devemos nos concentrar em cumprir com diligência e fé os propósitos que Deus nos confiou. Não conte os seus sonhos, pois Deus age no silêncio e exalta no tempo certo.

Seja discreto com sua vida pessoal, com seu casamento, sua família, seus bens e até mesmo com sua renda. Jamais conte sobre seus projetos, o que pretende fazer, suas ideias inovadoras, fique em silêncio. O excesso de exposição pode atrair adversidades desnecessárias. Como está escrito em Provérbios 13:3: “O que guarda a sua boca conserva a sua alma, mas o que muito abre os lábios tem perturbação.”

O que guarda a boca e a língua guarda a sua alma das angústias. Provérbios 21:23

A palavra de Deus nos ensina que há tempo para falar e tempo para calar (Eclesiastes 3:7). Que possamos aprender com a história de José e agir com discernimento. O silêncio não é sinal de fraqueza, mas sim de inteligência e maturidade espiritual. Não conte os seus sonhos, guarde-os no coração e trabalhe para que se realizem, confiando que Deus os fará prosperar no tempo certo.

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