Em meio às tribulações que nos assolam, quando os ventos da vida sopram com força contra nossa embarcação e sentimos que vamos naufragar, existe uma verdade que nos dá alento: as mãos de Jesus nos sustentam. Não importa o quão profundas sejam as águas nem o quão escuro esteja o céu — há um Deus que guia, ampara e ergue os que O buscam.
Como nos ensina o salmista: “Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá” (Salmos 139:9-10). Esse é o consolo para a alma cansada: saber que as mãos de Jesus nos sustentam em qualquer tempo, lugar ou circunstância.
As mãos de Jesus nos sustentam: quando a alma só sabe chorar
Há momentos em que a dor é tão profunda que sequer conseguimos pronunciar uma oração. Apenas lágrimas rolam, o corpo se encolhe e a alma geme. São gemidos que palavras humanas não alcançam, mas que sobem aos céus como incenso agradável, pois o Senhor compreende cada lágrima. Como afirma o apóstolo Paulo: “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Romanos 8:26).
Nessas horas, as mãos de Jesus nos sustentam como as mãos de um Pai que acolhe o filho ferido. Jesus, nosso Consolador, nos envolve com Sua ternura. Mesmo quando não conseguimos expressar com palavras, Ele entende o que o coração deseja dizer. Ele nos segura com firmeza, limpa nossas lágrimas e sussurra ao nosso espírito: “Filho, estou aqui”.
As mãos de Jesus nos sustentam: confiança que renasce no silêncio do cuidado
Quando tudo parece desabar, quando o desespero tenta sufocar a esperança, Jesus vem e nos embala como uma mãe embala seu filho. Há noites em que o choro é tão profundo que dormimos exaustos, sem forças. E é justamente ali, no silêncio do sono, que o Senhor trabalha. Ele nos toca, nos cura, nos regenera.
Assim como Elias, que fugia da morte e pediu a Deus que tirasse sua vida (1 Reis 19), muitos de nós já estivemos debaixo de uma árvore, sem querer prosseguir. Mas foi ali, naquele deserto, que Deus enviou um anjo com pão, água e descanso. E hoje, o mesmo Deus nos visita com Sua presença: as mãos de Jesus nos sustentam, mesmo quando desistimos de lutar.
Como escreve Brennan Manning em seu livro O Evangelho Maltrapilho: “Deus nos ama como somos, não como deveríamos ser. Porque ninguém é como deveria ser”. Esse amor incondicional é o que nos ergue. Não por nossos méritos, mas pela graça que sustenta, acolhe e guia.
As mãos de Jesus nos sustentam quando a lógica falha, quando as forças acabam, quando ninguém mais entende nossa dor. Ele não precisa de palavras para agir. Basta uma lágrima, um suspiro, um pensamento voltado ao alto — e a mão d’Ele já está estendida, pronta para nos levantar.
Jesus disse: “Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas” (Mateus 11:28-29). Esse descanso não é a ausência de problemas, mas a certeza da presença. E com Ele, aprendemos que as mãos de Jesus nos sustentam nos vales e nos montes, no deserto e nos campos floridos.
A nossa esperança está em Cristo Jesus
Confie. Mesmo que agora tudo pareça perdido, mesmo que você esteja cansado de tentar, saiba: as mãos de Jesus nos sustentam. Elas não se cansam, não se ausentam, não vacilam. São mãos que foram cravadas na cruz por amor a você.
Entregue o que você não entende, o que te fere, o que te paralisa. Faça como uma criança que corre para os braços do Pai. Jesus está com as mãos estendidas. Permita-se ser cuidado, guiado e restaurado por Ele. Porque, por mais que o mundo tente te derrubar, as mãos de Jesus nos sustentam — sempre.
E lembre-se: se tomar as asas da alva ou habitar nas extremidades do mar, até ali a mão de Deus te guiará, e a destra d’Ele te susterá. Você não está só. Você é amado. Você é cuidado. As mãos de Jesus nos sustentam.
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